Em uma cidade pacata existiam um escritor chamado Alberto, e sua esposa Lucy, pingo d'água era tranquila e nada de muito especial acontecia por ali normalmente. Alberto trabalhava em casa porque era escritor. Ele era um bom escritor, bem criativo, suas palavras ressoavam grande clareza, suas histórias eram envolventes. Mas já se passaram dois anos que ele não corrige mais escrever se quer uma palavra para o seu novo livro, ele estava perdido, desanimado e frustrado. Seu único momento de alegria foi quando Lucy estava em casa, ela sempre foi o amor da sua vida desde uma 4 ° série.
Certo dia, já cansado de tentar ter alguma inspiração, Alberto exclamou:
- Por que todas essas coisas acontecem comigo? Eu realmente não sou bom em criar uma história! - bufou ele enquanto apagava o rascunho que havia escrito em seu computador.
- Não fique assim - disse Lucy que tentava incentivá-lo - tenho certeza de que você conseguirá criar um livro bem legal e divertido e com um enredo fantástico.
- Não vejo assim, Lucy, talvez o meu talento não seja assim tão espetacular quanto você diz. - respondeu ele lentamente - Enfim, não consigo mais fazer isso, vou dar uma volta - fechou o notbook, ele cabisbaixo durante a mesa de escritório em que trabalhava em casa e foi até a porta da sala.
- Vai sair? - Perguntou sua esposa.
- Sim, mas não se preocupe comigo, eu só preciso pensar um pouco. - Falou ele.
- Alberto, Não fique triste com isso! você pode tentar fazer outra coisa talvez !? - sugeriu ela tentando animá-lo.
- Talvez eu deva, mas eu não sei o que poderia fazer de diferente, a vida nessa cidade é complicada - Falou ele e saiu com um olhar triste e distante.
Depois que Alberto saiu, foi caminhar em uma praça que ficava apenas a dois quarteirões de sua casa. O céu estava aberto e os pássaros cantavam irritantemente.
- Como poderia existir tanta alegria no mundo? - pensava ele, O grande velho rabugento.
Por não conseguir mais ser o que antes gostava de ser, criativo, ágil e esperto. Se tornara um um velho, mas tinha apenas 35 anos e era como se tinha 100 anos. Estava sempre de mal humor e cansado de tudo. Não seria surpresa se Lucy o abandonasse, havia se tornado um homem sem expectativa nenhuma da vida.
Ali na praça Virgínia ele sentou-se em uma banco e respirou um pouco. Estava ansioso demais com o prazo da editora que vencia na segunda e por ainda não ter uma história finalizada.
Trim!! Trim!! - tocou o celular dele de repente.
- Alô .. - Falou ele.
- Ei Alberto, bom dia !! Como vai? Aqui é a Janice da editora mix.
- Ahh, oi Janice. Muito boa tarde. Vou bem e vc? - respondeu com voz firme para que ela não percebesse seu desânimo.
- Vou bem. Então, a minha ligação é referente ao seu livro, conseguiu terminar?
- Ainda não Janice, mas garanto que em pouco tempo estará na mesa do sr. Clóvis. - Respondeu o grande mentiroso.
- Ah !! Que ótima notícia! Não quero te apressar, mas o sr. Clóvis marcou uma apresentação pública do seu livro aqui na editora para segunda-feira. Traga o tema e do que se trata o seu livro para podermos anunciá-lo para o público.
- Apresentação? proposta ele e seu coração parecia que ia saltar do peito. - sim, ... é claro !! Estarei lá e tudo estará perfeito- respondeu-a, sentindo uma leve e intensa dor no peito, que torcia que fosse indícios de um infarto.
- Ta Bom, fico feliz em saber que está tudo dando certo, aviso ao sr. Clóvis. Bom final de semana. Abraço. Tchau falou Janice e desligou.
- Tchau - sussurrou Alberto enquanto desligava o telefone. -O que foi que eu fiz? - Disse enquanto estava ali na praça após encerrar a ligação.
Ainda era sábado de manhã, então havia um pouco menos de 48 horas para preparar algo que as pessoas quisessem ler. - Preciso de ajuda! - Pensou ele.
Então ele voltou em direção a sua casa. Seu coração batia forte, ele não queria decepcionar Lucy por perder seu emprego. Enquanto andava apressadamente, tropeçou em alguma coisa e caiu no chão. Algumas pessoas que estavam sentadas em bancos ali perto da praça o viram cair e ajudá-lo a levantar.
- Obrigado. - Falou ele para as duas pessoas que o ajudaram.
Um pouco decepcionado, constrangido e agora machucado. Ele foi embora para casa.
Quando chegou perto de casa, notou que a porta estava entreaberta. Então ele parou lentamente para observar. logo suspeitou que algo não estava certo, era como um mal pressentimento, não sabia explicar.
O que será que está acontecendo? - ele sussurrou, enquanto chegava mais perto da porta com muito cuidado para que ninguém o ouvisse, caso fosse algum ladrão, ele não gostaria que soubesse que estava ali.
Chegou bem perto da porta e olhou pela fresta, mas não viu ninguém. Então entrou na casa bem devagar, ele ainda sentiu uma sensação esquisita em seu corpo. De repente Alberto escutou um grito de sua esposa, que vinha da biblioteca no andar de cima, preocupado que fosse mesmo um ladrão, ele correu.
Chegando próximo a porta, viu sua esposa conversando com um homem estranho. Não dava para escutar direito, mas eles pareciam estar conversando alguma coisa séria. Nesse momento ele pensou em chamar a polícia, mas notou que não conseguia mais se mexer, era como se alguma coisa sobre humana o impedisse de se movimentar. Então parado ali não tinha ideia do que podia estar acontecendo então foi quando aconteceu ...
Uma voz veio de longe, como um sussurro e disse:
- Lucy imagine se ... o seu marido chegasse aqui agora.
A porta da biblioteca se abriu e ele foi arremessado para dentro por uma força esmagadora, ficando caído no chão aos pés de sua esposa e do estranho.
Algumas horas antes
Depois que Alberto saiu, Luciana ficou triste. ela não sabia como ajudá-lo com esse problema que provavelmente todos os escritores já passaram, que é a falta de inspiração. Na tentativa de ajudar com isso, em sua casa havia uma biblioteca antiga, onde Alberto guardava dezenas, talvez centenas de livros, histórias incríveis estavam naquelas páginas.
Ela foi para a biblioteca, pegou alguns livros, e começou a ler para que talvez conseguisse transmitir algo para Alberto assim que ele voltasse. Mas ela, uma garçonete noturna, não tinha ideia de como fazer isso. Seu turno começaria em horas, e ela tinha muitas outras coisas para fazer, não daria para ajudá-lo nesse momento.
Então ela largou todos aqueles livros ali na mesa da biblioteca e foi limpar a casa. limpou cada canto com perfeição, sua bela casa que tinha um tom de amarelo gema estava perfeita novamente. Lucy gostava muito de fazer isso, porque enquanto limpava tudo, ela admirava os quadros dela e Alberto que estava espalhados pela casa toda, inclusive no banheiro. Quadros de casamento, de festas de amigos e fotos dos pais de Lucy e de Alberto. Sua casa parecia um grande museu de fotografias, mas ela gostava.
Depois de algum tempo Lucy se lembrara sobre a biblioteca, então depois que deu uma repaginada completa na casa, ela almoçou, sozinha pois Alberto ainda não havia voltado para sua tristeza. Mas não deixou que isso isso impedisse de voltar à biblioteca para procurar algo que ajudasse seu marido com sua falta de inspiração para escrever. Folheando dúzias de livros, por acaso ela se depara com um livro um pouco fora do comum. Um livro capa era preta dura, e também um pouco desgastada, parecia um livro muito antigo.
Curiosa ela abriu o livro e se deparou com a seguinte frase:
"Oi Lucy. Você busca inspiração para alguém?"
Ela apertou os olhos e abriu novamente, e não acreditou no que estava vendo. - O livro está falando comigo? ou será que estou endoidando? - Pensou.
Para tirar sua dúvida sobre o que era aquilo, ela fechou o livro e perguntou:
Quem sou eu?- Perguntou ela, com receio de que o livro respondesse em voz audível, o qual seria demais para ela suportar e provavelmente morreria. Ela fechou os olhos mais uma vez e abriu o livro, e lá estava escrito: " Você é Luciana e procura inspiração para seu marido Alberto." Ela se assustou um pouco. Como aquilo era possível?!
- Quem é você? - Perguntou para o livro. e nenhuma resposta surgia no papel, apenas permaneceram ali as palavras que antes estavam. Ela então entendeu, o livro precisava estar fechado para que pudesse lhe dar alguma resposta, então assim o fez. Ela fechou e abriu o livro para fazer algumas perguntas.
- O Alberto me ama? , - sim.
- Porque sou garçonete? - Porque você não estudou!
- Teremos filhos no futuro? - Não vejo o futuro..
para cada pergunta o livro dava uma resposta. Ela então pediu ao livro para que ajudasse o Alberto com sua falta de inspiração.
- Então você deseja que ele seja capaz de ter inspiração? Apareceu escrito na folha do livro.
- Na verdade eu gostaria que ele tivesse o poder de tornar as coisas reais. - Falou ela.
O livro então se materializou em um homem, Lucy ficou dera um grito.
- Então você não é apenas um livro afinal! - falou ela assustada.