Quando somos pequenos, o mundo parece um lugar cheio de fantasias, onde os adultos são nosso porto-seguro — quase que... não, sem sombras de dúvidas, os adultos são nossos heróis —. Observamos seus gestos, suas palavras, e acreditamos que os adultos são incríveis, e nos moldamos neles. Nos espelhamos e tentamos nos tornar iguais a eles. Igual a eles. Imaginamos que tudo o que faz é certo, e nos moldamos em suas atitudes, sem saber que estamos absorvendo também seus erros, suas limitações.
Mas então a gente cresce. A rebeldia por ansiar o mundo, desperta. De repente, percebemos que esses mesmos adultos que admiravam nos igualar, nos conter, nos encaixavam em caixas pequenas demais para nossos sonhos. Eles, muitas vezes sem perceber, nos limitam, enquanto tentam nos proteger. E nós? Queremos quebrar essas barreiras, ultrapassar os limites. Somos impulsivos, ágeis como se fôssemos invencíveis, nada contra a corrente da vida porque descobrimos que o impossível não nos pertence. Queremos alcançar o inalcançável simplesmente porque somos jovens. E é isso que nos define humanos.
Quando a morte, essa velha companheira da humanidade, passa a ser vista como um fim próximo demais a realidade, como algo que caminha ao nosso lado, entendemos que o tempo é limitado. Que, em algum momento, seremos tocados por ela. E é nesse reconhecimento que mora a nossa força. A morte não nos assombra tanto quanto nos inspira. Inspirar a viver, a decepcionar, a amar, a aproveitar cada segundo que temos enquanto andamos sobre este chão.
A vida é curta demais para nos limitarmos aos medos, ao que dizem que é possível ou não. Os sonhos, por mais inalcançáveis que parecem, estão lá, esperando por quem tenha coragem de continuar a nadar, mesmo quando a correnteza é forte. O mundo é vasto, e nossas possibilidades também são. Então, caro leitor, provavelmente jovem, continue a nadar...
Alcance o que julgam ser inalcançável simplesmente por ser quem é! Se tornar um adulto que moldará futuramente a seguir seus passos. Lembre-se que o mundo é vasto, e quando se tem ou se quer ter um filho, perceba que não pode prender os pés dele ao mesmo chão que você ousa pisar e seguir. Que eles, por mais que se moldem a você, escolham novas escolhas, irão para longe, vão amar, acreditar no que você um dia acreditou, que tudo que existe neste mundo, mesmo que pareça cheio de barreiras, se existir a menor possibilidade, eles vão nadar contra a maré até transformar essa maré em realidade. Por simplesmente serem jovens demais para pensar em limitar-se ao mundo.